quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Orar com as mãos 1

 

   As mãos são a parte mais espiritual do corpo humano, uma obra prima do criador. Elas proporcionam a melhor maneira de expressar nossa alma e de nos relacionarmos com Deus. 

   Existem as mais diversas posturas de oração com as mãos: ergue-las, estende-las, junta-las, cruza-las, coloca-las diante do peito e de outras formas. Quando o Antigo Testamento se refere a orar, geralmente está pensando em que nós erguemos as mãos para Deus, como podemos ver em várias passagens bíblicas: Gn 14,22; Ex 9,22. 17,11 entre outros textos. Outras passagens atestam que as mãos eram usadas para dar a benção: Gn 48,14; Lv 9,22... A benção era dada mediante o gesto de entender as mãos ou pela imposição. No Novo Testamento o gesto de erguer as mãos é entendido igualmente como postura de oração. O evangelista João, compreende o gesto de estender as mãos como disposição para deixar-se conduzir por Deus (Jo 21, 18). O NT entende com frequência que o gesto de estender as mãos é um gesto de benção e de comunicação do Espírito: At, 6,6; 8, 17; Lc 24,50.
   No caso de Jesus, a imposição das mãos não é só uma oração de benção, mas também de cura. Ele cura, toca e abençoa com as mãos.

O gesto das mãos estendidas e levantadas

   O gesto de estender e levantar as mãos era, no início da Igreja, a postura de oração por excelência. Os primeiros cristãos assumiram o gesto de oração usual entre todos os povos da Antiguidade. Mas eles associaram este gesto com a crucificação de Jesus. Quiseram imitar Jesus na cruz, que com os braços estendidos entrega-se totalmente a Deus e desse modo suplica a salvação para toda a humanidade. Se mantivermos essa posição, estaremos orando a Deus sem que seja necessário dizer palavras. 

   É uma postura de abertura, de entrega. Estendemos nossas mãos vazias para Deus para que Ele as encha. Nesta postura também podemos rezar pausadamente conforme nos inspire no momento ou uma que nos agrade. No gesto, a oração cala fundo em nós e sabemos bem o que estamos orando. Faremos a experiência de que a oração nos une a Deus e desse modo nos preenche com sua vida, amplidão e liberdade

Gesto de cruz

   Para muita gente este gesto exige esforço. Ele expressa nossa própria cruz, pregada em nós mesmos. Mas também estamos abertos, abertos para os que encontramos, abertos para Deus que pode nos preencher com sua graça. Esta abertura nos torna livre, dilatados e com novas energias.



Gesto de benção

   Em cada uma das religiões este gesto foi interpretado de modo distinto. Os índios imaginavam as mãos são espelhos para o sol, do qual refletimos e emanamos luz. Em Israel este gesto era sinônimo da benção Aarônica. As mãos se tornaram espelhos para a face de Deus, onde permitimos que a face de Deus brilha sobre as pessoas. É um gesto materno que revela a face amorosa de Deus.

   Na Igreja primitiva, este gesto de benção foi associado com o Cristo Ressuscitado. Ao fazer este gesto, podemos imaginar que fazemos fluir para dentro deste mundo o amor curador de Deus, tal como Ele se manifestou em Jesus Cristo. 

   Na liturgia este gesto é recomendado durante a oração do Pai nosso, onde as mãos são como emissores que transmitem as ondas até Deus. Expressamos nossas preces com as mãos, que suplicam com maior intensidade do que a boca.


Semana que vem teremos novos gestos de orar com as mãos 


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