terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Como liderar pessoas difíceis: a arte de administrar conflitos


Esta obra do Pe. João Carlos Almeida é realmente uma leitura fascinante, agradável e atraente. A obra surgiu a partir da análise da pintura de Leonardo da Vinci: a Santa Ceia, uma de suas principais obras que foi pintada no refeitório da Igreja de Santa Maria Delle Gracia, dos frades dominicanos, entre os anos de 1494-1498. Ao longo de seu trabalho, da Vinci pesquisou detalhadamente as características de cada um dos apóstolos. O resultado podemos constatar na obra que perdura a séculos.

   A pintura retrata o momento em que Jesus teria dito aos doze, que um dentre eles iria trai-lo. Através da disposição e reação de cada um deles, o Pe. João Carlos descobriu que é possível conhecer um pouco mais sobre eles, ao mesmo tempo que constata que o grupo formado por Jesus, não era um grupo perfeito, mas um grupo formado por pessoas completamente diferentes e de temperamento nada fácil, mas Jesus o mestre amoroso soube liderar e trabalhar com o potencial e os defeitos de cada um deles.


   Pe. João Carlos desenvolve sua obra fazendo um paralelo com o mundo empresário, mostrando que em nossos grupos também encontramos pessoas difíceis, com características ambiciosas, rancorosas, irônicas, impulsivas, invejosas entre outras, que podem ser nocivos ao grupo, se não percebidos e trabalhados. 

    Jesus demonstra que não existe empresa e grupo perfeito, mas sim grandes líderes que sabem trabalhar com aquilo que tem e motivar as pessoas a darem o melhor de si, segundo seus potenciais. Pe. João Carlos nos mostra que se queremos formar uma equipe de sucesso, não devemos temer escolher pessoas difíceis, pois crê que elas têm o potencial de liderança que está aplicado no campo errado. Também nos convida a seguir o exemplo de Jesus para descobrir o grande potencial que está por detrás destas pessoas. Ademais crê importante conhecer as principais características destas pessoas, para evitar bater de frente e saber administrar e evitar conflitos.

   Antes de refletir sobre a personalidade de cada um dos apóstolos, encontramos páginas preciosas sobre alguns saberes fundamentais da humanidade que revelam a arte de resolver conflitos ou mesmo evita-los antes que ocorram, pois os verdadeiros líderes são aqueles que se esmeram na arte de administrar os conflitos e que trabalham para que no grupo exista uma coesão em torno da meta desejada. 

   A partir da leitura podemos refletir e não temer as pessoas difíceis, descartando-as de nossas vidas por algumas características que nos desagradam, mas nos anima e orienta a conhece-las mais a fundo para poder orientar para uma função que converta tais falhas para o bem da empresa e do grupo. Exemplo: os fofoqueiros podem ser espertos em relações públicas, desde que recebam orientações assertivas; o ambicioso pode se tornar um gerente de sucesso, basta deixa-lo tomar a iniciativa e purificar suas motivações e egocentrismo. O que precisamos é descobrir e apostar no potencial positivo das pessoas para ter uma equipe de líderes de sucesso. 

Algumas dicas do autor para administrar conflitos:

  • Pense o que Jesus faria em seu lugar; 
  • Conte até 10 ou o que seja necessário;
  • Respire fundo;
  • Não de a resposta apressadamente;
  • Mude de assunto;
  • Procure entender o ponto de vista do outro (coloque-se no lugar do outro e pense se fosse você);
  • Cada conflito esconde uma lição, aproveite para aprender e se conhecer;
  • Para algumas pessoas a distância é a única solução;
  • Lembre-se da linha de trem: pare, olhe e escute;
  • Esta com raiva? Busque distração e não de corda a ela
  • Elogie: melhor cultivar trigo do que arrancar joio;
  • Coração quente cabeça fria, o contrário é tragédia certa;
  • Pergunte se poderia ser pior;
  • Lembre-se de que o corpo fala, permita que o outro coloque a raiva para fora;
  • Após tudo isso, não deixe de dizer o que você pensa;
  • Procura um lugar tranquilo e faça uma prese.
O autor também nos convida na relação ser como “patos” que mesmo na água não a absorve e alerta para que não sejamos como esponjas que tudo absorve, pois, lidar com pessoas difíceis não é fácil e sem perceber podemos ser contagiados por seu mal humor.

Para terminar destaco quatro estratégias deixadas pelo autor: 

  • Identificar os tipos difíceis e descobrir como funciona seu mecanismo;
  • Compreender e buscar a origem de tal comportamento, pois, o líder sabe ser compreensível;
  • Influencia. Para influenciar alguém o autor crê que vale a regra: “faça ao outro o que gostaria que ele fizesse a você”. É importante também se interessar pela pessoa, pelo o que faz e valoriza-lo.
  • Converte o comportamento desta pessoa de modo que o grupo possa avançar em direção a meta, valorizando a pessoa e minimizar seus defeitos. Mostre que também tem dificuldade e evite bater de frente. 

Boa leitura e que este artigo vos sirva de algo.

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