sábado, 10 de novembro de 2018


Inicio esta reflexão com muito encanto e embebida do Espírito evangélico, pois graças ao meu TCC, estou tendo um minucioso contato com diversas passagens bíblicas e tendo acesso a comentários exegéticos maravilhosos sobre o tema, que são de uma enorme profundidade, lançando-me cada vez cada vez mais naquilo que é o cerne da vida cristã. 

Quanto mais me aproximo das Sagradas Escrituras, mais me apaixono por Deus e seu projeto vivido e anunciado por Jesus. É interessante notar que quanto mais nele mergulho, mais sentido e encanto existencial encontro. Espero que todos vocês possam igualmente ter este encontro com Deus na pessoa de seu Filho. 

Confesso que este encontro me possibilitou vencer barreiras, feridas e medos. Vocês não fazem idéia de como eu era medrosa, insegura, rigorista e boboca (rsrs). Quem me conhece poderá confirmar o que estou dizendo. São João em uma de suas cartas afirma: que onde há temor não há amor, mas onde há amor, não existe o temor. Creio que São João está coberto de razão! Somente o amor verdadeiro pode nos curar e livrar de tais barreiras. Por isso, lhes digo de todo coração: não sejam covardes diante da vida e da busca deste Deus e do conhecimento de si mesmo. Meditem sobre a frase de Agostinho: "Eu me conheça a mim mesmo, e vos conheça Senhor!" Sem autoconhecimento não existe o verdadeiro encontro com Deus. 

Que minha simples reflexão não seja mais uma mensagem entre tantas recebidas, mas que os ajude a colocar-se diante de Deus com sua pequenez e grandeza, sabendo-se muito amado por Ele. Graças a uma inquietante busca de Deus entre erros e acertos, hoje sou uma mulher inteira, feliz, capaz de contemplar a beleza e os detalhes da vida, sabendo sem medo reconhecer que existem desafios, mas sobre tudo, que sou responsável pelas minhas decisões e escolhas. Desculpe-me se falo muito sobre mim e da experiência de Deus, mas quero ser portadora da esperança e, mesmo em tempos de dificuldades, quero anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, pois já passei muitas coisas que quase me fizeram desistir da vida e de mim mesma, mas graças ao Bom Deus, tive pessoas que souberam me acompanhar no tempo certo. Hoje mais que tudo, desejo a vida e ajudar a outros a não desanimar, mas a descobrir o belo de nossa existência. Sinceramente acredito em Deus me permitiu passar por certas coisas para que eu pudesse ajudar a outros e assim seguirei. Quero ser luz de Cristo, psíquico e espiritualmente. 

Na 1° leitura: 1 Reis 17, 10-16, vemos o continuo cuidado de Deus para com quem se abre a Ele. A pobre viúva foi capaz de oferecer tudo o que tinha a um peregrino desconhecido, mesmo correndo o risco de perecer com seu filho. Assim como a abundância de coração e hospitalidade da viúva, Deus se mostrou generoso e cumpridor de suas promessas: "a vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá até o dia em que o Senhor enviar chuva sobre a face da terra". 

O Salmo 145/146, parece ecoar a voz da pobre viúva de Sarepta, que se viu diante da fome e da miséria, mas também diante da Graça de Deus: "bendize ó minha alma ao Senhor..." Unamos nossas vozes a do salmista e cantemos a fidelidade, a justiça de Deus e seus cuidados, que atende a cada um conforme suas necessidades. 

A 2° leitura da carta aos Hebreus 9, 24-28, nos lembra que Jesus entregou sua vida para a salvação de todos. Peçamos a Ele que nos livre do pecado da avareza, da luxúria, da indiferença e da soberba, para saber partilhar nossos dons com os menos favorecidos e reconhecer que tudo nos vem de Deus. 

O evangelho de Marcos 12, 38-44, nos coloca diante de Jesus que transmite os seus ensinamentos as multidões. Ele como verdadeiro mestre, alerta o povo sobre os falsos mestres que utilizam da religião em benefício próprio. Infelizmente em nossas igrejas estão cheias de cristãos assim, sejam eles da hierarquia ou não, homens e mulheres que abusam da ingenuidade e do medo de muitos. É preciso voltar ao Jesus do Evangelho, que chegou ao coração de multidões e não um Jesus moralista, vingador e monarca. Estas são visões posteriores, especialmente na virada constantiniana e que se consolidou na idade média. Essas imagens reforçavam a aliança da Igreja com a monarquia e o poder, transformando violentamente a compreensão da Igreja sobre si mesma e dos cristãos. Não se esqueçam que a Igreja nasceu a margem do Judaísmo e do império romano, como protesto a todo o sistema opressivo existente. Nascemos como uma Igreja duramente perseguida por Roma, até que se casou com ela (depois já conhecemos a historia). 

O segundo momento do evangelho de hoje, é uma “análise” de Jesus diante do templo. Ele observava como as pessoas depositavam generosamente suas doações no cofre do templo. Dentre as várias pessoas que depositavam, ele destacou uma simples mulher, viúva que depositou duas simples moedas (certamente tudo aquilo que tinha para viver). Em nossas comunidades existem muitas mulheres como esta, que doam generosamente o pouco que possuem. Além do mais, prestam seu serviço à comunidade, com a mesma dignidade que os sacerdotes celebram a Eucaristia. Assim como aquela pobre viúva que depositou tudo que tinha, essas grandes mulheres em nossas comunidades, passam desapercebidas diante da multidão dos fiéis. Mas Jesus é aquele que sabe contemplar minuciosamente os detalhes que realmente importam e, daí tirava os seus ensinamentos. Onde estão postos nossos olhos? Com que intenção eu faço o que faço? Peçamos ao Senhor Deus da vida que perscrute o nosso coração, nos ajude a ser pessoas mais abertas e mais contemplativos para saber apreciar o que realmente importa nessa vida. Que sejamos menos autossuficientes para nos abrir ao mistério de Deus, como a viúva de Sarepta e nos ajude a reconhecer que todo dom vem de Deus e que não podemos apropriar-nos deles egoisticamente. 

Uma excelente semana, iluminada 
pela luz do Deus verdadeiro!

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