Neste final de semana recordamos o batismo de Jesus realizado no rio Jordão por João, mas também, o batismo do Espírito de Deus que reafirmou e conduziu à sua missão. A partir deste evento, Jesus não foi mais o mesmo, deixou de ser um rosto anônimo na Galileia e passou a ser a presença do próprio Deus no meio do povo, anunciando o reino de seu querido Pai, até consumir a sua própria vida.
As leituras nos ajudam a reconhecer em Jesus nosso Senhor, a quem por livre e espontânea vontade, aderimos através do compromisso do batismo e da pertença a uma comunidade. A questão se torna um pouco complicada quanto ao batismo de crianças, que não fizeram a opção e tampouco são orientadas para a vivencia cristã.
A 1ª leitura de Isaías 40, 1-5;9-11, se encontra no contexto do fim do exílio babilônico, quando o rei Ciro (Persa), começou a ter suas primeiras vitórias sobre o império babilônico. O autor do dêutero Isaías, escreveu uma mensagem de esperança para o seu povo. Como é possível constatar no v. 2, Israel compreendeu o exílio como um castigo da parte de Deus a causa de sua infidelidade (sua conta está paga, da mão do Senhor já recebeu por suas faltas o castigo dobrado), e com o fim do exílio estava pago.
A mensagem dirigida ao povo é de ânimo, de esperança e encorajamento, pois novamente veriam a glória de Deus se manifestar. A fé de Israel se reavivou, inclusive consideraram Ciro como um enviado do Senhor, que os libertou das mãos dos inimigos. Mas o cristianismo ao relê as Escrituras judaicas, compreende Jesus Cristo como este Senhor libertador, no entanto, sua manifestação se deu de um modo inaudito, não correspondendo as altas expectativas messiânicas dos judeus. Mas nos gestos e palavras de Jesus, podemos encontrar um poder sem igual: o poder do amor, que atraiu sobre ele inúmeros seguidores que reconheceram nele a presença do mesmo Deus.
O Salmo 104/103, nos apresenta um ser regozijado em Deus.
A segunda leitura da carta de Tito 2, 11-14; 3, 4-7, nos recorda que a graça de Deus manifestada em Jesus, se derramou sobre toda a humanidade, iluminando-nos contra as obras das trevas: impiedade, injustiça, mentira, soberba, etc. Lembra que o gesto oblativo de amor realizado em Cristo, foi gratuito e não por nossos méritos. Para nos fortalecer, nos recobriu de seu Espírito.
O Evangelho de Lucas 3, 15-16.21-22, traz o testemunho de João Batista sobre Jesus, dando mostras de máxima humildade: "eu não sou digno desatar a correia das suas sandálias" (trabalho realizado pelas mulheres e pelos escravos gentios). Reconhece em Jesus o único capaz de nos transmitir a Ruah de Iahweh. A voz vinda do céu teria motivado e impulsionado a missão de Jesus e toda sua existência. Uma vez mais, ele se soube amado e realizando a vontade do Pai: "tu és meu filho amado." Nosso batismo é um abrir-se para Deus e viver na dinâmica de ser um filho amado, amada de Deus. Batismo é um mergulho nas águas profundas do mistério de Deus, é um compromisso sem volta, é sinônimo de pertença a Deus e a uma comunidade.
Grande abraço e ótimo final de semana!
Com carinho July Lima
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