4º Domingo do Tempo Comum
A liturgia deste final de semana nos convida a ouvir, mas a arte de ouvir é algo cada vez mais difícil em nossos tempos. Creio que todos passamos por esta dificuldade, especialmente nos momentos de tomar uma decisão e quando elevamos nossa suplica a Deus, e ele parece não nos ouvir. Pode ser uma experiência desesperadora quando buscamos conscientemente uma resposta. Mas o fato de não ouvir, seja a voz do coração, dos amigos, de Deus, entre outros pode nos afastar daquilo que realmente importa.
A 1º leitura de Dt 18, 15-20, nos mostra que Deus não desiste de nós, ele sempre enviará um mensageiro para nos transmitir a sua mensagem.
No evangelho de Mc 1, 21-28, estamos ainda no primeiro capítulo do evangelho da comunidade Marcos, Jesus até então não passava de um judeu comum, fazia o que era comum para todos. Aos sábados as famílias se reunião nas sinagogas para ler e refletir as Escrituras. Jesus certamente fazia isto desde os seus 12 anos de idade, quando passou pelo rito do bar-mitzvah. Jesus conhecia muito bem as leis e normas de sua cultura, teve tempo suficiente no anonimato ouvindo e aprendendo sobre seu povo. Mas a partir do evento que traz a narração de hoje, o povo passa a reconhecer em Jesus seu libertador. A princípio tem dificuldades para compreende-lo, mas ele aos poucos vai demonstrando por meio de gestos e palavras. Do versículo 23 em diante, ele expulsa um demônio, de um homem atormentado e logo vemos que sua fama se espalha por toda a região.
Marcos coloca na boca do homem possuído a verdadeira identidade de Jesus, algo que ninguém foi capaz de escutar, pois seus olhos estavam entorpecidos com o que sucedera.
Diante desta narração me inquietei para descobrir o que Deus queria me dizer e de como poderia ajudar as pessoas. Mas depois de refletir, percebi que isto é algo que cada um de nós deve buscar. Cada qual ouvirá de modo distinto, pois Deus tem uma relação e história pessoal com cada um. O texto me fez recordar a importância de Deus em minha vida, suscitando em meu coração o desejo de suplicar-lhe que sempre possa ouvi-lo e senti-lo junto mim, pois temo esquece-lo e de me afastar do essencial, diante de tantos ruídos e distrações que o mundo apresenta. Mas para que isso não aconteça, é preciso seguir as instruções do salmo 94, que a Igreja hoje nos apresenta: “não fecheis o coração, ouvi hoje a voz do Senhor! ”
Uma feliz e abençoada semana para todos!
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