“A renúncia é um exercício da liberdade e
desenvolve atitudes que dão estabilidade a vida.
Não renunciamos para dificultar a vida,
mas para nos livrarmos de pesos mortos.
Voltemo-nos a nós mesmo para que o que é
verdadeiro venha à tona.”.
Anselm Grun
Espiritualidade da Quaresma
A quarta-feira de cinzas dá início a Quaresma na Igreja do ocidente, enquanto que no oriente se inicia dois dias antes.
CURIOSIDADE: origens das cinzas usadas. As cinzas utilizadas têm sua origem na queima das palmas utilizadas na procissão de Ramos do ano anterior, lembrando a vitória de Cristo sobre a morte. Sendo assim, os cristãos aceitam e reconhecem sua condição de criatura limitada, “saída do pó“, para viver a experiência da morte a exemplo de Jesus. Os que renunciarem a si mesmo, poderão participar da vida que ressurge das cinzas.
A fé em Jesus Cristo ressuscitado faz com que a vida renasça das cinzas. Este processo lembra a luta do próprio ser humano que por vezes é chamado a renascer das cinzas, mas sabendo que não está só, mas que o mesmo Jesus o acompanha.
O sacramental que recebemos: as cinzas, é para nos submergir dentro de nós mesmos, para poder reconhecer quem somos e só a partir daí poderemos nos reconhecer pecadores diante de Deus, buscando sua força e perdão. As cinzas nos lembram que “do pó nascemos e que ao pó voltaremos” (Gn 3,19). Ademais, recordam a nossa dependência de Deus, as nossas origens e que não pertencemos a este mundo.
O tempo quaresmal é também um tempo de preparação para a grande festa da pascoa, núcleo da fé cristã, onde revivemos a paixão e morte de nosso Senhor Jesus Cristo e festejamos a sua ressurreição.
O jejum, a oração e a caridade, são meios que nos ajudam a viver este tempo. A Campanha da Fraternidade, proposta pela CNBB, é um caminho de conversão no modo como nos relacionamos com a criação e o meio em que vivemos. Para este de 2018, o tema é fraternidade e superação da violência, com lema: vós sois todos irmãos. Quer tema melhor que este? Alguém pode pensar que não tem nada a ver com isso, mas quanto mais fomentamos o individualismo egocêntrico, mas estaremos apostando contra o diálogo e o reconhecimento do outro como irmão. A abstinência nos fortalecer o corpo e a alma. A oração nos conecta com Deus e a caridade nos une ao irmão.
Se não vivemos este tempo, também não saberemos saborear o tempo pascal. Não faremos a passagem para um novo tempo.
A quaresma não é um tempo de castigo e tristeza, mas um tempo de passar pelo deserto, é um tempo de fortalecimento para renascer com Cristo. A Igreja oferece várias oportunidades, mas a decisão é nossa, de viver ou não este tempo.
Que este tempo nos fortaleza!
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