sábado, 3 de março de 2018


    Saudações queridos irmãos e amigos. Que nosso Senhor nos abrace a cada um em sua realidade. Partilho com vocês a alegria de retorna a BH, onde havia iniciado um processo que desejo terminar. Só tenho motivos para dar graças a Deus e pedir-lhe que seja fiel em minha fé e em escutar sua voz, que ecoa no mais íntimo de mim e nos detalhes da vida. Estamos celebrando o 3º domingo da quaresma, como vemos, estamos nos aproximando do pascoa de nosso Senhor e centro de nossa fé. 

    Toda grande festa requer uma detalhada preparação, o mesmo exemplo seguimos na vida espiritual, por isso te pergunto meu amigo, minha amiga, como está a tua vida de fé? E não se enganem, pois ela se manifesta em nossas relações com as pessoas, com as coisas e com a casa comum. Na liturgia de hoje, temos um alerta contra a idolatria, ou seja, contra tudo aquilo que nos separa de Deus, do irmão e de nós mesmos. Creio que este assunto é bastante pertinente, pois muitas pessoas trocam o valor da vida, pelo valor que atribui as coisas e sem perceber alimentam ganancia, inveja e desejo de poder desordenado, que por sua vez gera violência e morte. Por isso o tema da campanha da fraternidade de 2018 é tão importante: fraternidade e superação da violência, pois existem inúmeros tipos de violência, mas também muito silencio e passividade por parte dos cristãos de diferentes ramos. 

    Na 1º leitura de Êxodo 20, 1-17, temos um tipo de leitura deuteronômica, que chama o povo a fidelidade a aliança com Javé por meio de seus grandes feitos. Israel como bem sabemos, era um povo influenciado por outras culturas politeístas, mas que foi chamado a adorar um único Deus. Nesta narrativa temos os principais mandamentos da fé judaica que foram transferidos aos cristãos. Os primeiros se referem a nossa relação com Deus e os outros se referem a nossa relação com o próximo. 

   No salmo 18 (19) o salmista exclama: Senhor, vós tendes palavras de vida eterna. Neste salmo temos o testemunho de um fiel que se regozija na lei de Deus. 

    A 2º leitura de 1 Cor 1, 22-25, vemos que Jesus é a planificação do atuar de Deus. Ele é sabedoria e poder de Deus, que confunde os gregos e judeus. 

    No evangelho de João 2, 13-25, temos uma conhecida passagem de Jesus no templo expulsando os vendedores e cambistas. Adoraria saber como Jesus agiria vendo os shoppings da fé e tanto comercio que promovem as religiões. Mas voltemos ao evangelho. 

    No evangelho de João, diferente dos sinóticos, existem três festas da páscoa: uma na Galileia e duas em Jerusalém. A passagem de hoje, mostra Jesus em uma delas e sua atitude profética quando percebe que o templo não é mais lugar de oração, mas sim de exploração e opressão do povo. 


    A festa da páscoa para os judeus é o memorial da libertação da escravidão no Egito, libertação que deveria ser atualizada segundo os novos tempos e circunstancias. Jesus expulsa a todos, pois deseja uma restauração do templo, uma mudança profunda, onde sobressaia a vida e a liberdade. Já está mais do que claro que as religiões devem ser promotoras de vida e de liberdade, e não de dependência, cegueira e infantilismo. 

    Que a liturgia deste final de semana nos ajude a expulsar os ídolos que alimentamos dentro de nós, para que nosso templo interior seja digno de acolher a Deus e a vida nova que ele nos propõe. 

    Desejo a todos um lindo final de semana em família e uma excelente semana, deixando ecoar a voz de Deus.

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