Os cristãos separados de Cristo são como os Ramos desligados do tronco, mas os cristãos Unidos a ele são como frutos de uma árvore fecunda. Estamos celebrando 5º Domingo da páscoa, onde Jesus reafirma o convite de ser um com Ele e o Pai por meio de uma íntima relação. Para explicitar esta União, o Evangelho de João, parte da simbologia da videira, algo de grande valor na cultura e fé de Israel.
Aqueles que professam a fé em Jesus Cristo, são chamados a permanecer unidos a Ele, assumindo sua mesma vida e projeto. No entanto, existem cristãos que na prática do dia-a-dia, renegam ao seu Senhor por meio da exclusão, do sectarismo, da ganância, fofoca mentira, etc, que são frutos de morte e de não pertença a videira que é Jesus.
Paramos para analisar a natureza e suas leis: para que uma planta ou uma árvore cresça e chegue a sua plenitude, ela precisa naturalmente ser podada. Os galhos que dela são podados já não lhe pertencem, pois deixaram de ser um com ela e se não arrancados a sufocarão, assim como toda a vida que ela pode gerar. O cristianismo abriga a muitos cristãos que são câncer para a nossa fé e a vivência cristã. Melhor se não o fossem! Esta mesma realidade ocorre em diferentes ambientes, de pessoas que se tornaram um câncer, um peso nas relações interpessoais, no trabalho, na comunidade... pessoas pessimistas fofoqueiras, murmuradoras, que em nada contribuem para melhorar o ambiente onde estão. Falta em muita gente sentido de pertença, de corresponsabilidade, de comunhão, de visão de futuro, de colegialidade, de trabalho em equipe e até mesmo motivação.
Existem muitas pessoas que estão em uma comunidade, em um trabalho com desgosto, com cara avinagrada como se fossem obrigados a estarem ali. Nós fazemos nossas escolhas em última instância, somos senhores do nosso destino. É certo que nem tudo escolhemos, mas as coisas podem ser transitórias, um trampolim para se alcançar coisas maiores. É Preciso viver com sentido, cor e alegria e não ser deixado levar pela correnteza da moda, ela é sufocante e não leva em conta a individualidade de cada ser.
Em Cristo somos chamados a formar uma unidade na diversidade e não o contrário. É preciso resgatar nas pessoas esse sentido de pertença ao divino. Este é o grande convite do evangelho deste domingo: permanecer unido a Jesus e em seu nome, assumindo sua vida e missão.
O Reino precisa de gente comprometida, arriscada, com raízes profundas na vivência do Evangelho. Nós podemos e somos capazes, pois somos herdeiros de um grande amor que existe entre Deus e humanidade, amor capaz de encarnar a Deus no seio da humanidade. Ele é um verdadeiro agricultor, que se envolve com a terra da nossa humanidade e, nos dá sua mesma Graça para que adubemos nossa fé. Exemplo disso vemos na 1° leitura dos Atos dos Apóstolos 9, 26-31, quando o ressuscitado sai ao encontro de Saulo e transforma sua vida, não sendo mais este um homem temido e perseguidor dos cristãos, mas um apóstolo que passa a sofrer a mesma sorte de seu mestre: perseguição e morte, no entanto, para a comunidade a comunidade cristã, isso é sinal de júbilo, de vida, pois a videira continua a dar frutos em abundância. Por isso unamos nossa voz ao do salmista, que nos convida a louvar e exaltar a Deus.
A 2° leitura da 1° carta de São João 3, 18-24, dispensa comentários pela sua clareza e profundidade:
"Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca,
mas em ação e em verdade.
Assim saberemos que somos da verdade;
e tranquilizemos o nosso coração diante dele
quando o nosso coração nos condenar.
Porque Deus é maior do que o nosso coração
e sabe todas as coisas.
Amados, se o nosso coração não nos condenar,
temos confiança diante de Deus
e recebemos dele tudo o que pedimos,
porque obedecemos aos seus mandamentos e
fazemos o que lhe agrada.
E este é o seu mandamento:
que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo
e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou.
Os que obedecem aos seus mandamentos permanecem nele,
e ele neles. Deste modo sabemos que ele permanece em nós:
pelo Espírito que nos deu."
No Evangelho de João 15, 1-8, vemos que Jesus é a videira verdadeira e não Israel. Ele apresenta o Pai como agricultor, não apenas como dono visão do Antigo Testamento, mas alguém que trabalha pessoalmente, cuida de sua vinha e que poda os ramos secos, algo que se dá pela acolhida ou não acolhida ao anúncio de Jesus. O que existe é uma auto-exclusão, rechaço do Evangelho.
Por detrás do v. 4 está o apelo à comunidade cristã do final do primeiro século, que estava sendo perseguida e ameaçada. O convite é para que permaneça unida a Cristo e não abandone a sua fé, pois sem Ele perecerá, não dará frutos.
Um feliz final de semana para todos!
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