sábado, 9 de junho de 2018

Jesus o mestre da vida, o mestre do amor



     Em tempos de desafio, "as casas construídas sobre a rocha", serão capazes de subsistir. No evangelho do 10º domingo do tempo comum: Marcos 3,20-33, nos deparamos com os novos conflitos enfrentados por Jesus, não somente por parte das instituições judaicas, mas também pela sua própria família, que tem dificuldade para compreender o seu messianismo. O evangelho de Marcos é o que mais ressalta o conflito familiar de Jesus, que na maioria das vezes é desapercebido pelos leitores. Jesus sendo um jovem judeu, decide seguir uma orientação distinta da sua família, decide viver uma vida peregrina, casta e que se opõe as estruturas da sua época, o quê traria não somente consequências para si, mas também para sua família e seus seguidores. 

     No contexto judaico a família ocupa um lugar central, de extrema importância. Ela era sinônimo de benção de Deus e era a responsável de orientar e encaminhar a vida dos mais jovens. Como podemos perceber, Jesus encontrou muitas dificuldades, além daquelas narradas pelos Evangelhos. Ele rompeu com as estruturas e seguiu o seu próprio caminho.

     Como cristãos conhecemos muito pouco a Jesus e sua vida, temos sempre em mente um Deus glorioso, rei e majestoso. No entanto, esta figura foi sendo incorporada a ele quando o império romano assumiu o cristianismo como religião oficial do império, a partir do ano 313, quando ganhou liberdade de culto, e a partir de 381, quando foi assumida pelo império como religião oficial. Aos poucos as casas de oração onde os fiéis se encontravam, foram substituídas por suntuosas basílicas, repletas de esplendor e adornos reais. A fé que antes era vivida como escolha de vida, passa a ser imposta as multidões. 

     No entanto, em meio a tudo isso, sempre existe uma escolha última, que depende de cada um de nós,  aderi-la ou não. Isso fez Jesus em sua vida! Assim como nós, Ele viveu o drama de ser humano, o drama das escolhas, de esta subjugado a uma cultura, a uma época e realidade.Todos nós em um momento ou outro da vida, passamos por esta mesma realidade, porém muitos param nela e vivem uma vida frustrada. No cenário da vida é preciso ocupar o lugar que nos cabe, ninguém fará isso por nós! É preciso seguir construindo a obra mais difícil da vida: a obra da própria construção e reconstrução!


     Jesus viveu a realidade de ser humano, "foi acusado de agir pelo poder de belzebu, príncipe dos demônios" (v. 22b), mas não se deixou abater, pois estava convicto de sua missão e era sensível a cegueira dos mestres da lei que eram incapazes de reconhecer o próprio Deus presente nele e em seus atos.

   Nossa cotidianidade com sua realidade pode nos cegar, tirar nossos sonhos e até o sentido de vida. É preciso aprender de Jesus e não desistir frente aos obstáculos, mesmo que sejamos levados a cruz, mas tenhamos a certeza de viver uma vida plena de sentido, sem farsas, máscaras ou mediocridade. Viver não é uma tarefa fácil, mas professamos a fé no mestre da vida, no mestre do amor, que nos deixou pistas para o bem viver. 

     Seja fiel aos teus sonhos e ao projeto que Deus tem para você, não se deixe iludir pelas vozes mansas e sorrateiras que chegam a nossa vida, (ex. da 1° leitura: Gn 3, 9-15). Coloquemos em Deus nossa esperança, nossa vida, medos, fracassos e sonhos. Espere meu irmão, minha irmã, no Senhor (Sl 130). Deixemos de olhar tanto para a materialidade da vida, "voltemos os nossos olhos para as coisas invisíveis" (2 Cor 4, 18), pois o essencial é invisível aos olhos, é algo impalpável mas lembremos que fomos criados segundo o sonho de Deus, em sintonia com toda a criação e não fora dela. Jesus vem recordar que somos família de Deus. Acolher a sua Palavra e dar-lhe vida, é recuperar a nossa filiação divina e toda a potencialidade da vida humana.

Um Feliz final de semana para todos. Minhas felicitações aos namorados, lembrando que o amor é o que diviniza a nossa vida. O outro não é objeto de prazer, mas é objeto de amor, de respeito e cuidado, onde o eu se completa.

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