Nesta nova etapa a palavra que destaco é amor, nunca me senti tão amada e cuidada por Deus. O tempo de discernimento foi duro, de muitas lágrimas e estresse, mas também de crescimento e novas descobertas. É certo que nos momentos de alegria estamos rodeados de amigos, colegas e conhecidos, no entanto são nos momentos de dificuldades, onde baixamos aos infernos emocionais que percebemos a presença daqueles que realmente nos amam. Graças a Deus amigos nunca faltaram, mesmo nos piores momentos.
Para estar onde estou, tive que passar pelo deserto da vida, chegando a um ponto que praticamente perdi o sentido da vida, em um curto espaço de tempo Mas mesmo ali Deus estava cuidando de mim e enviando seus anjos.
Sou devota dos cuidados e atenção que teve comigo minha amiga Vilma, período no qual nossa amizade se fortaleceu. A fantástica teóloga Tânia Mayer me fez refletir muito a partir desta frase: "nada está atado a prego"! Refleti muito em cima desta frase e aos poucos fui encontrando o caminho de libertação. Obrigada minha querida!
Ir. Francisca, Ir. André, Ir. Anderson, Ir. Ailton, Ir. Alexandre (lenhador), tia Drica, Evaldo, Rosinha, Agustina e Padre Jandir (orientador espiritual), Nicinha, são pessoas mais que especiais que muitas vezes me ofereceram um ombro amigo e me ajudaram a não desistir, mas a sorrir e ver as flores em meio aos espinhos.
Outras pessoas que mesmo sem saber o que me passava, me fizeram sorrir e sentir bem com sua simples presença, aqui destaco o frei Jacir (nosso querido reitor), Robinho sr. Irineu, meus colegas de sala e tantas pessoas do meu querido Parque São João, no qual vivi por mais de dois anos.
O momento do adeus (de BH, da facu, dos, das pessoas queridas) foi doloroso, em um laço rompido sem mesmo saber o porquê, um adeus que não esperava voltas, mas que foi surpreendido pelas leis da vida.
A decisão de sair foi da congregação foi antecipada, na cara e na coragem me lancei ao novo, ao desconhecido. Mas a vida foi generosa comigo: a casa materna reencontrei de portas abertas, com o aconchego da minha mãe e seu super apoio. As conversas vespertinas com minha irmã Nanda e meu cunhado Reges, regadas ao sabor de um bom chimarrão, foram fundamentais. Eles me mostraram novas perspectivas de vida e apoiaram minha decisão. Neste momento sentir profundamente o amor e a acolhida daqueles que verdadeiramente me amam e me querem bem. Não posso me esquecer das palavras do meu querido Bené e da minha Zuzu (avós de coração), palavras de incentivo e coragem, mesmo que tivesse desistido de algo que eles se orgulhassem. Confesso que temi decepciona-los, assim como a outras pessoas.
O natal foi em família, estilo Cagliari: com muita alegria, brincadeira e casa cheia. O ano novo chegando e vocês não imaginam quanta alegria. No dia 28 de dezembro me despedi das irmãs, para voar a um novo céu. A primeira coisa que busquei foi descanso e curtir a liberdade, busquei dedicar tempos comigo mesma e realizar pequenas coisas que me davam prazer: estar aqui com aqueles que com aqueles que amo, ler e escrever, dormir ver filmes, ir à praia no fim da tarde... Vocês não imaginam o significado de tudo! Precisavam ver quando andei de bicicleta depois de anos, parecia uma criança com presente novo, de tanta alegria.
Os dias foram se passando e o desejo de fazer a vida acontecer se acentuando, não sabia como, mas a teologia queria seguir. Me deparei com o desemprego, mas também com novas oportunidades. Foi em uma delas que decide retornar a Belo Horizonte, pois aqui esta a minha vida e a maioria dos meus amigos. Sobre a decisão deste retorno, agradeço profundamente o incentivo e total força que recebi do magnífico reitor: Jacir de Freitas Faria. Certamente não me arriscaria se não fosse a oportunidade que ele me deu para seguir meus estudos, pois a principio não tinha onde morar e onde trabalhar. As coisas aconteceram de um modo muito rápido e com certeza, querer de Deus. Logo me apareceram três opções de casa para morar e vários amigos se movimentando para conseguir um emprego. Agradeço muitíssimo a minha amiga Mariza e seu filho Frederico, por me acolherem em sua casa durante os 3 primeiros meses. Sou gratíssima as minhas tias: Drica, Cely, Marly, Irany, Marieny, Dulce, também a minhas irmãs Bia e Nanda, a vovó Darci, a Zuzu, a Ceci e aos queridos amigos: Walter, Lenice, Ormy, Cida e Adolfo. Pessoas que me acompanharam desde sempre, onde quer que estivesse. Os agradeço pela ajuda financeira e total apoio que me ofereceram.
Cheguei com um mês de atraso na faculdade, mas nada melhor do que dedicação, motivação e bons amigos para colocar as coisas em dia. Quero agradecer também o carinho dos padres e dos irmãos Maristas, dos irmãos de São Gabriel, dos Franciscanos, dos Orionitas e dos Missionários da Sagrada Família. Igualmente todo o carinho e cuidado dos amigos, funcionários e professores do meu amado ISTA, este lugar é minha "casa" e razão de alegria.
Agradeço ao bom Deus pela acolhida que recebi da equipe do Pontofrio e a oportunidade de retornar ao mercado de trabalho. Assim como a oportunidade de conhecer novas pessoas, como o Daniel, Marilha, Gislange, Andressa, Robert, Wendel... que tem acrescentado em minha vida.
Falando em gente nova, não posso deixar de citar a Ivna Sá que tanto bem me tem feito.
Esta de tapa tem sido de imensa alegria, encontro, decisões, resgate da minha feminilidade, liberdade de me relacionar como sou e não subjugada ao parecer de outros. Sei que na vida nem tudo são flores, mas me descubro a cada dia uma filha muito amada de Deus, segundo a minha essência. Hoje completando 33 anos, vivo a vida que escolhi: trabalho, estudo, moro sozinha e muito abençoada, por ter amigos tão queridos.
O Reino de Deus será para mim sempre um projeto infinitamente apaixonante, do qual jamais me afastarei, pois se Deus me permitir, grande teóloga serei, a favor da vida e do projeto de Jesus, na realidade encarnada, ouvindo a voz do coração, do Sagrado que me habita e do clamor dos irmãos.
Ainda não cheguei ao fim, estou feliz no caminho, sentindo o sabor de cada coisa e da brisa suave que me abraça. Há pessoas que me acham maluquinha, eu sou e assim seguirei: sorrindo e brincando, porque cresci, curei minhas feridas, vence os medos, aprendi com as lágrimas, com a dor doida e com os desafios. Vi o bem e o mal e escolhi o meu caminho, que traço com ousadia e cantoria. Aprende com o que a vida me deu: errando e acertando fui me construindo e sei que todo o vivido, faz de mim quem sou!
Obrigada por me ajudarem a construir esta historia!
Deus ainda tem muito reservado pra você. Bjs
ResponderExcluirPara toda a humanidade. Muito obrigada.
ResponderExcluirAcreditar sempre desistir jamais. Recomeçar deve ser nosso projeto primeiro. Abraço
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