Neste final de semana, do 14º domingo do tempo ordinário, contemplamos Jesus em seu contexto histórico: para uns ele presença de esperança e manifestação de Deus em meio de seu povo, para outros ele foi motivo de escândalo e de contradição. O Evangelho de Marcos 6, 1-6, nos direciona para a sinagoga de Nazaré, uma vila no interior da Galileia: lugar do qual não poderia sair o Messias prometido, pois Nazaré era um lugar esquecido, a margem de toda a situação sociopolítica e religiosa de Israel, no entanto, ali Deus fez sua morada, no seio de uma família, confundindo toda a lógica de um povo. Jesus como bem nos narra os Evangelhos, viveu no anonimato por 30 anos, no entanto ele marcou um antes e um depois da história da humanidade, porém em seu tempo, Jesus não foi visto desta maneira pelo seu povo e família, mesmo realizando sinais e prodígios em favor de todos.
O mais irônico do relato do desprezo sofrido por Jesus, era saber quem ele era, de onde vinha e quem eram seus pais. Sentiram admiração por suas palavras, mas ao constatar que era um Nazareno como eles, logo o desprezaram. Sabiam que Jesus não havia estudado em grandes escolas ou havia se tornado um rabino. Mas a sabedoria de Jesus era algo admirável, atraente, especialmente pelo modo como se relacionava com as pessoas.
Como vemos, os contemporâneos de Jesus sentiram algo bom e novo vindo dele, porém se deixaram guiar pela simples razão e aparência. Quantas vezes eu e você cometemos o mesmo erro, de julgar as pessoas pela aparência ou pelo que julgamos conhecer delas, esquecendo que as aparências enganam e que o essencial é invisível aos olhos. Agindo desta maneira deixamos passar a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, ou até mesmo de aprender com elas ou de ajudá-los em suas dores. Às vezes as pessoas se fecham pelas dores da vida, por tudo o que sofreram e temem sofrer novamente.
Meus queridos, é preciso colocar as pessoas em seu contexto, pois cada um traz uma história única, que nos caracteriza. Nossa história é nosso Sagrado, que merece ser respeitado, acolhido e amado! felizmente Jesus não se deixou abater pela dureza de coração do seu povo, mas permaneceu fiel ao Pai no qual tirava sua força, viveu aquilo que São Paulo exclama na 2° leitura da segunda carta aos Coríntios 12, 7-10, "te basta a minha graça, pois e na fraqueza é que a força se manifesta!" Jesus não buscou grandeza ou se revelou como tal, mas no meio do povo se revelou e foi descobrindo a sua vocação. Na vida e na convivência vamos descobrindo quem somos e nossa missão neste mundo, para isso, precisamos do outro para nos ajudar a descobrir quem somos: nossos dons e limitações. Jesus é o profeta do amor, que não desiste de ninguém, por pior que seja, no entanto ele opera conforme a abertura de coração.
Abra o teu coração, viva com ele tuas dores e alegrias, lutas e vitórias, tuas conquistas e fracassos. Não despreze a ninguém pelo que aparenta ser, acolha cada um em sua dignidade, diversidade, beleza e encanto.
Linda semana para todos!
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