Um Deus ciumento, como entender isso?
Muitas pessoas têm estrema dificuldade para compreender algumas passagens do Antigo Testamento, especialmente as que se referem a Deus como um deus de coração duro, vingador, que pune. Estas imagens infelizmente são constantemente reforçadas por vários líderes religiosos e por fieis que leem as Sagradas Escrituras ao pé da letra, ignorando completamente todo um contexto histórico. Mas graças a Deus, a ciência avançou e com ela inúmeros avanços a favor da teologia e do campo religioso de modo geral. As descobertas arqueológicas, os pergaminhos encontrados, a exegese e os vários métodos científicos alavancaram as reflexões teológicas.
Muitos devem estar se perguntando: por que tudo isso não chega ao conhecimento do povo? Por um lado, pela ignorância e despreparo dos líderes religiosos, e por outro lado, existe todo um contexto ao longo da história da Igreja e do cristianismo. Um contexto de ameaças, de erros e acertos. Querendo ou não, a religião exerce um certo poder sobre a vida do povo, que pode ser manipulador ou libertador. As pessoas que vivem na ignorância, são seres manipuláveis, que facilmente podem ser controlados. Mas quando damos conhecimento a uma pessoa, é sinônimo de dar-lhe poder. AÍ resposta da questão!
A maioria das religiões atualmente, trabalham com a imagem do Deus carrasco, vingador, porque elas inspiram medo, terror e subjuga as pessoas. Por isso, quero dar conhecimento a vocês, para que possam se aproximar de Deus, sem máscara ou projeções.
Na seguinte reflexão teremos o aporte do monge alemão Anselm Grum.
Na passagem do profeta Naum 1, 1-3 encontramos:
o Senhor é Deus ciumento e vingador; o Senhor é vingador e cheio de furor; “o Senhor toma vingança contra os seus adversários, e guarda a ira contra os seus inimigos”.
Estas palavras podem ser assustadoras, por isso é sumamente importante compreender seu contexto. O profeta escreveu suas alocuções ameaçadoras numa situação histórica em que os povos da Ásia Menor sofriam pesadamente sob o poder de Assur. E assim descrevia a Deus como um Deus vingador e retaliador, cujo juízo viria certamente, mesmo que se faça esperar longamente. Não se pode considerar as frases deste livro de modo isolado das outras. É preciso ter sempre em mente a situação daquele tempo. Neste sentido, deve-se entender como palavras de consolação. O profeta exprime sua confiança em que Deus venha a romper o poder de Assur. Para ele, é Deus quem tem o poder de proteger seu povo. Mas não devemos entender esta descrição de um Deus vingador, ciumento e castigador como uma descrição verídica de quem realmente seja Deus. [...]o profeta tem a esperança de que Deus vai restituir o direito de seu povo, quebrando o poder do opressor.
Ao mesmo tempo, Naum contrapõe a esta frase a outra, segundo a qual Deus é lento para a ira e muito poderoso. Ele tem paciência conosco quando cometemos erros. O castigo de Deus significa que não podemos viver arbitrariamente. Não podemos viver segundo nossos instinto e impulso. Assur certamente terá seu castigo algum dia, mas no tempo de Deus. A injustiça não perdurará por longo tempo. Neste sentido o profeta encorajou o povo de Israel.
O exemplo desta passagem serve para inúmeras outras que podemos encontrar nas Sagradas Escrituras e nos mitos de nossas culturas. Não perca tempo temendo a Deus, mas ganhe tempo amando-o e descobrindo-se amado (a) por ele.
Este vídeo também pode ser bastante esclarecedor.
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