Esta é uma
das várias cenas intrigantes que encontramos nas Sagradas Escrituras. Esta
passagem possivelmente seja conhecida por poucas pessoas. Em uma noite, Jacó a fim
de receber a benção de Deus, saiu ao seu encontro, mas ao invés de um diálogo
ou oração, encontramos a narração de uma luta de Jacó e Deus.
A história
é um tanto estranha, mas pode significar um modo de linguagem. Muitas vezes nós
também travamos lutas com Deus, quando algo não vai bem em nossa vida. Nós o
questionamos e acusamos de nos abandonar a própria sorte. A mesma situação se
passou com Jacó. Recordemos que ele usurpou o lugar de seu irmão na benção da
primogenitura, enganando seu pai, fingindo ser seu irmão Esaú.
Jacó
finalmente conseguiu a desejada benção e os benefícios que ela trazia. No
entanto, não havia recebido a benção de Deus para ser líder de uma nação.
Segundo Anselm Grun, a luta de Jacó com Deus significa a transformação interior
que ele passou, ou seja, o momento em que teve que enfrentar a sua própria verdade.
O encontro com Deus seria aí, o encontro com a verdade de si mesmo, sem
máscaras ou falsidades. O encontro com a nossa própria sombra e feridas, não é
nada fácil, mas ao mesmo tempo, se constitui um momento de graça, onde somos “quebrados”,
mas restaurados.
“Jacó depois
da luta e de uma noite dolorosa, sentiu-se abençoado por Deus e que já não
precisava se esconder atrás das aparências”(Grun).
“O encontro
com a própria verdade e com o próprio lado sombrio é como um sol que nos
iluminar e coloca nosso caminho sob o brilho de uma suave luz. Nosso interior
fica mais claro. E assim, atravessamos o desfiladeiro e chegamos a outra
margem. Uma nova etapa começa em nossa vida, mas continuamos mancando, pois
ficamos marcados pelo encontro com a nossa sombra. Andamos mais devagar e com
mais cuidado em nosso caminho. Simultaneamente estamos abençoados e nos
tornamos como Jacó: uma benção para as outras pessoas” (Grun).
Fonte:
Passagens intrigantes da Bíblia, de Anselm Grun, p. 49-51.
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