quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Orar com as mãos 2, super interessante

Mãos juntas 

   O gesto de juntar as mãos é algo muito comum entre os povos. No âmbito cristão passou a ser usual só a partir do século IX. Juntar as mãos era uma forma de reverencia entre os germanos. Ao aceitar o pacto feudal, o vassalo estendia suas mãos para o soberano, com as palmas voltadas uma contra a outra, e este então as envolvia com as suas. Com as mãos juntas oferecemos a Deus nossos serviços, submetendo-nos ao mesmo tempo a sua vontade.

   As mãos unidas recolhem nosso entendimento inquieto, elas juntam os apostos em nós numa unidade. Isso inicia em nós um movimento circular. Todas as ideias e todos os sentimentos, todas as vibrações interiores passam pelas mãos juntas. E nesse fluxo estamos conectados com a circulação do amor divino.

   Cada um deve encontrar uma posição que lhe seja mais adequada. Seguindo com as mãos juntas, podemos manter os dedos para cima ou para frente, na altura da barriga ou do peito, encostado no corpo ou mais afastado. A postura pode nos levar a serenidade e concentração, desde que seja a posição adequada ao nosso corpo. Recolhamos a nós mesmos para nos oferecermos a Deus.

Mãos cruzadas

   O gesto com as palmas das mãos coladas e os dedos entrecruzados não aparece muito como gesto na liturgia, variando de uma cultura a outra. Entre o povo este gesto era e ainda é bastante apreciado.

   Neste gesto igualmente a pessoa se recolhe para entregar-se a vontade de Deus. Segundo os autores, este gesto pode significar ao mesmo tempo concentração e um modo de orar em que a pessoa briga com Deus, tal como Jacó. Mas este gesto ao meu ver também parece uma oração de súplica e de confiança. 

   Neste gesto é possível experimentar diferentes intensidades, o determinante para isso será o conteúdo da oração. Igualmente as mãos podem estar na altura do peito ou da barriga, mais próximas ou distante do corpo. Ao fazer este gesto não precisamos de muitas palavras, pois já o expressamos com nosso corpo, nossas mãos e coração.

Mãos cruzadas sobre o peito

   Muitos povos cruzam as mãos sobre o peito quando a prece é intensa. Na liturgia russa os fiéis se dirigem a ceia eucarística com as mãos cruzadas sobre o peito.

   Este gesto expressa dedicação, uma entrega indefesa e cheia de confiança a Deus. O gesto também nos lembra um abraço. Seguramos algo valioso dentro de nós. Com esse gesto arrumamos espaço dentro de nós onde Deus já habita, mas experimentando-o de maneira nova, sentimos algo do nosso próprio mistério.

   Os braços cruzados indicam que os opostos dentro de nós foram acolhidos pelo amor de Deus. E com esse gesto abraçamos a nós mesmos e dizemos sim para tudo o que há em nosso interior, onde Deus habita. Também com esse gesto nos abrimos e protegemos um espaço de silencio, intimidade que não pode ser invadido.


Livro rezar com o corpo: o poder curativo dos gestos
 Anselm Grun e Michael Recepen

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Desvendando os “mistérios” das Sagradas Escrituras

  
   O conteúdo das Sagradas Escrituras nem sempre são de fácil compreensão, pior ainda quando são lidos ao pé da letra. O fato é que quando nos acercamos a um texto, especialmente textos e autores religiosos e sagrados, é sumamente importante tomar em conta o contexto que tenha influenciado o autor. Com as Sagradas Escrituras passa o mesmo, pois a Bíblia foi composta ao longo de vários séculos, sofreu inúmeras influencias devido aos diferentes contextos, culturas e épocas. Um fato importante a saber, é que os livros contidos nas Sagradas Escrituras não seguem uma ordem cronológica quanto ao momento em que foram escritos, mas sim uma ordem temática, organizada posteriormente.

   O livro do gênesis é uma das obras que foram escritas no contexto do exílio babilônico, onde o povo volta sobre sua própria história dando origem a maioria dos livros e/ou fragmentos, que hoje conhecemos como o Primeiro Testamento. Os judeus estando na Babilônia, se confrontaram com uma nova cultura e religiosidade, que os fez repensar sua própria vida e história. Frente aos deuses babilônicos e seus mitos, eles compõem mitos e contramitos sobre a origem do mundo e a origem do povo de Israel, buscando dar uma resposta religiosa aos vários questionamentos que surgiram. O livro do gênesis está composto por 50 capítulos e pode ser dividido em 3 blocos: origens: 1-11; ciclo dos patriarcas 12-36 e ciclo de José 37-50. 

   Nos vídeos abaixo (curta duração) o professor Frei Jacir de Freitas Faria, explica resumidamente os mitos e contramitos do livro do gênesis. É algo surpreende e bastante interessante. Este é um grande início para aqueles que desejam se aprofundar no estudo das Sagradas Escrituras. 

              É um investimento na tua fé e no modo de crê





domingo, 28 de janeiro de 2018

O mistério da vida


    As vezes parece que todas as portas se fecham diante de nós, mas será hora de desistir? De jeito nenhum, pois o nosso mundo não desaba com estas coisas, mas quando deixamos de crer, de sonhar e lutar pelo o que realmente queremos. Descubro cada vez mais que mesmo nos obstáculos existem possibilidades de crescer com as experiências positivas e negativas, a possibilidade de superar a mim mesma e de descobrir novos caminhos. 

    Em uma passagem bíblica Jesus alerta para temer aquele que pode matar a alma, ainda que tenha poder sobre o corpo (Mt 10, 28). A alma é o mais íntimo de nós e o outro só tem acesso ao que permitimos. A chave da nossa vida não está nas mãos de outros, mas em nós, pois é um grande bem, onde “somos sócios majoritários, ainda que não tenhamos poder sobre tudo” (professor Leandro Karnal). Na vida e no mundo não temos o controle das coisas, queiramos ou não elas acontecem, exemplo: chuva, sol, fome, desemprego, corrupção... mas temos sobre nós. Temos a maior porcentagem e responsabilidade sobre nossa vida e o que fazemos com ela. Lembrando: o outro só tem poder sobre aquilo que consentimos. 

   O universo tem trilhões de anos, mas a humanidade está pouco desenvolvida sobre o conhecimento de si mesma, especialmente o ocidente. Tudo o que é descoberto é para fora do humano, ainda que nos ajudem, tal como a tecnologia, os avanços da ciência e do mundo automobilístico e demais serviços. Temos o mundo em nossas mãos, mas entregamos de bandeira o intransferível: nossa liberdade e o direito de ser quem somos. Por isso o mundo globalizado crer que pode nos controlar. Infelizmente ele tem nos controlado com seus sistemas atraentes, porém nocivos. 


    Não desista de teus sonhos ou permita que alguém os roube e diga que é incapaz de algo. Se for necessário troque de caminho e recomece, nada é mesmo eterno ou nos pertence. Siga adiante de cabeça e com a esperança viva.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Ouvi a voz de Deus

4º Domingo do Tempo Comum


A liturgia deste final de semana nos convida a ouvir, mas a arte de ouvir é algo cada vez mais difícil em nossos tempos. Creio que todos passamos por esta dificuldade, especialmente nos momentos de tomar uma decisão e quando elevamos nossa suplica a Deus, e ele parece não nos ouvir. Pode ser uma experiência desesperadora quando buscamos conscientemente uma resposta. Mas o fato de não ouvir, seja a voz do coração, dos amigos, de Deus, entre outros pode nos afastar daquilo que realmente importa. 

A 1º leitura de Dt 18, 15-20, nos mostra que Deus não desiste de nós, ele sempre enviará um mensageiro para nos transmitir a sua mensagem. 

No evangelho de Mc 1, 21-28, estamos ainda no primeiro capítulo do evangelho da comunidade Marcos, Jesus até então não passava de um judeu comum, fazia o que era comum para todos. Aos sábados as famílias se reunião nas sinagogas para ler e refletir as Escrituras. Jesus certamente fazia isto desde os seus 12 anos de idade, quando passou pelo rito do bar-mitzvah. Jesus conhecia muito bem as leis e normas de sua cultura, teve tempo suficiente no anonimato ouvindo e aprendendo sobre seu povo. Mas a partir do evento que traz a narração de hoje, o povo passa a reconhecer em Jesus seu libertador. A princípio tem dificuldades para compreende-lo, mas ele aos poucos vai demonstrando por meio de gestos e palavras. Do versículo 23 em diante, ele expulsa um demônio, de um homem atormentado e logo vemos que sua fama se espalha por toda a região. 

   Marcos coloca na boca do homem possuído a verdadeira identidade de Jesus, algo que ninguém foi capaz de escutar, pois seus olhos estavam entorpecidos com o que sucedera. 

   Diante desta narração me inquietei para descobrir o que Deus queria me dizer e de como poderia ajudar as pessoas. Mas depois de refletir, percebi que isto é algo que cada um de nós deve buscar. Cada qual ouvirá de modo distinto, pois Deus tem uma relação e história pessoal com cada um. O texto me fez recordar a importância de Deus em minha vida, suscitando em meu coração o desejo de suplicar-lhe que sempre possa ouvi-lo e senti-lo junto mim, pois temo esquece-lo e de me afastar do essencial, diante de tantos ruídos e distrações que o mundo apresenta. Mas para que isso não aconteça, é preciso seguir as instruções do salmo 94, que a Igreja hoje nos apresenta: “não fecheis o coração, ouvi hoje a voz do Senhor! ”

Uma feliz e abençoada semana para todos!




















Campo vibracional. Fantástico!



Vibração na física quântica significa que tudo é energia. Somos seres vibracionais. Cada vibração equivale a um sentimento e no mundo "vibracional", existem apenas duas espécies de vibrações, a positiva e a negativa. Qualquer sentimento faz com que você emita uma vibração que pode ser positiva ou negativa. São sete questões que você deve se atentar:

1ª – Os Pensamentos

Todo pensamento que você possui emite uma frequência para o Universo e essa frequência retorna para a origem, no caso, você! Então se você tem pensamentos negativos, de desânimo, tristeza, raiva, medo, isso tudo vai voltar para você. Por isso é tão importante que você cuide da qualidade dos seus pensamentos e aprenda a cultivar pensamentos mais positivos.

2ª – As Companhias

As pessoas que estão à sua volta influenciam diretamente na sua frequência vibracional. 

Se você está ao lado de pessoas alegres, determinadas, você também entrará nessa vibração, agora se você se cerca de pessoas reclamonas, fofoqueiras e pessimistas, tome cuidado! Pois elas podem estar diminuindo a sua frequência e como consequência te impedindo de fazer a lei da atração funcionar a seu favor.

3ª – As Músicas

Músicas são poderosíssimas. Se você só escuta músicas que falam de morte, traição, tristeza, abandono, isso tudo vai interferir naquilo que você vibra. Preste atenção na letra das músicas que você escuta, elas podem estar diminuindo a sua frequência vibracional. E lembre-se: você atrai para sua vida exatamente aquilo que você vibra.

4ª – Coisas que você Assiste

Quando você assiste programas que abordam desgraças, mortes, traições, etc. seu cérebro aceita aquilo como uma realidade e libera toda uma química no seu corpo, fazendo com que sua frequência vibracional seja afetada. Assista coisas que te façam bem e te ajudem a vibrar numa frequência mais elevada. 

5ª – O Ambiente

Seja na sua casa ou no seu trabalho, se você passa grande parte do tempo num ambiente desorganizado, sujo, feio, isso também afetará a sua frequência. Melhore o que está à sua volta, organize e limpe o seu ambiente. Mostre ao Universo que você está apto a receber muito mais. Cuide do que você já tem!

6ª – A Fala

Se você reclama ou fala mal das coisas e das pessoas, isso afeta a sua frequência vibracional. Para você manter a sua frequência elevada é fundamental que você elimine o hábito de reclamar e de falar mal dos outros. 

Então evite fazer dramas e se vitimizar. Assuma a responsabilidade pelas escolhas da sua vida!

7ª – A Gratidão

A Gratidão afeta positivamente a sua frequência vibracional, esse é um hábito que você deveria incorporar agora mesmo na sua vida. Comece a agradecer por tudo, pelas coisas boas e ruins, por todas as experiências que você já vivenciou. A gratidão abre as portas para que as coisas boas fluam positivamente na sua vida.


Experimente! Como viram tudo na vida tem influencia sobre nós. Cuide da vida, pois ela é um grande dom de Deus, para está vida terrenal e a vida eterna.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Orar com as mãos 1

 

   As mãos são a parte mais espiritual do corpo humano, uma obra prima do criador. Elas proporcionam a melhor maneira de expressar nossa alma e de nos relacionarmos com Deus. 

   Existem as mais diversas posturas de oração com as mãos: ergue-las, estende-las, junta-las, cruza-las, coloca-las diante do peito e de outras formas. Quando o Antigo Testamento se refere a orar, geralmente está pensando em que nós erguemos as mãos para Deus, como podemos ver em várias passagens bíblicas: Gn 14,22; Ex 9,22. 17,11 entre outros textos. Outras passagens atestam que as mãos eram usadas para dar a benção: Gn 48,14; Lv 9,22... A benção era dada mediante o gesto de entender as mãos ou pela imposição. No Novo Testamento o gesto de erguer as mãos é entendido igualmente como postura de oração. O evangelista João, compreende o gesto de estender as mãos como disposição para deixar-se conduzir por Deus (Jo 21, 18). O NT entende com frequência que o gesto de estender as mãos é um gesto de benção e de comunicação do Espírito: At, 6,6; 8, 17; Lc 24,50.
   No caso de Jesus, a imposição das mãos não é só uma oração de benção, mas também de cura. Ele cura, toca e abençoa com as mãos.

O gesto das mãos estendidas e levantadas

   O gesto de estender e levantar as mãos era, no início da Igreja, a postura de oração por excelência. Os primeiros cristãos assumiram o gesto de oração usual entre todos os povos da Antiguidade. Mas eles associaram este gesto com a crucificação de Jesus. Quiseram imitar Jesus na cruz, que com os braços estendidos entrega-se totalmente a Deus e desse modo suplica a salvação para toda a humanidade. Se mantivermos essa posição, estaremos orando a Deus sem que seja necessário dizer palavras. 

   É uma postura de abertura, de entrega. Estendemos nossas mãos vazias para Deus para que Ele as encha. Nesta postura também podemos rezar pausadamente conforme nos inspire no momento ou uma que nos agrade. No gesto, a oração cala fundo em nós e sabemos bem o que estamos orando. Faremos a experiência de que a oração nos une a Deus e desse modo nos preenche com sua vida, amplidão e liberdade

Gesto de cruz

   Para muita gente este gesto exige esforço. Ele expressa nossa própria cruz, pregada em nós mesmos. Mas também estamos abertos, abertos para os que encontramos, abertos para Deus que pode nos preencher com sua graça. Esta abertura nos torna livre, dilatados e com novas energias.



Gesto de benção

   Em cada uma das religiões este gesto foi interpretado de modo distinto. Os índios imaginavam as mãos são espelhos para o sol, do qual refletimos e emanamos luz. Em Israel este gesto era sinônimo da benção Aarônica. As mãos se tornaram espelhos para a face de Deus, onde permitimos que a face de Deus brilha sobre as pessoas. É um gesto materno que revela a face amorosa de Deus.

   Na Igreja primitiva, este gesto de benção foi associado com o Cristo Ressuscitado. Ao fazer este gesto, podemos imaginar que fazemos fluir para dentro deste mundo o amor curador de Deus, tal como Ele se manifestou em Jesus Cristo. 

   Na liturgia este gesto é recomendado durante a oração do Pai nosso, onde as mãos são como emissores que transmitem as ondas até Deus. Expressamos nossas preces com as mãos, que suplicam com maior intensidade do que a boca.


Semana que vem teremos novos gestos de orar com as mãos 


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Vícios do nosso século


   Um fenômeno atual tem me chamado bastante a atenção e não escondo que também gera certo incômodo. Me refiro ao exibicionismo em cadeia! Todos os dias nossas redes sociais são bombardeadas com inúmeros exibicionismos egocêntricos, de pessoas que a todo o instante querem nos informar de suas atividades, do que fazem ou deixam de fazer, sem ao menos nos perguntar se isso interessa a alguém. A pessoa está na praia: self, no banheiro: self, no ônibus: self, comendo: self, na rua self, no espelho: self e assim por diante. O mal não está em tirar foto, só em que elas deixaram de ser lembranças de boas para ser paparazzo. Isso é de uma imbecilidade sem tamanho! Todas estas coisas são sinais de uma sociedade liquida, onde tudo e nada tem valor. O professor Leandro Karnal, diz que isso mostra que não sabemos saborear as experiências que temos. Sem perceber alimentamos um vazio existencial, um desejo de ser amados desesperadamente. Para muitos vivemos o tempo das aparências, onde a moda é ditada, o corpo deve seguir um padrão específico e nós devemos ser X ou Y. Já vi gente doente e se matando porque não se encaixava no padrão. Isso é um horror, mas quem alimenta está sociedade fútil somos nós. Não questiono a simples postagem, mas o seu conteúdo, onde as mulheres se expõem como carne fresca no açougue e em promoção. Onde expomos nossa intimidade, trabalho, relação... Não é porque estamos no auge da internet e dos equipamentos avançados é que devemos estar conectados a todo tempo.



O celular tem vencido muita gente que não sabe viver sem ele. Em uma roda de amigos é difícil de ver alguém sem um celular na mão. Até na hora do almoço, lá está o bendito. O celular já nem tem mais descanso. E o diálogo? A troca de olhar? O uso continuo do celular é um vício que está entre as crianças, jovens, adultos e já conquistou também o público da terceira idade. Na relação com estes meios de comunicação devemos mostrar quem é o adulto. 



Minha intenção não é aborrecer ninguém, mas ajudar que vivam com mais liberdade e qualidade de vida, a curto, médio e longo prazo.

# Fica a dica!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Vendedores ambulantes nos coletivos, o que você acha?


    Na segunda quinzena do mês de dezembro retornei para minha cidade natal, Vitória /ES, e um fato de chamou bastante atenção, gerando inclusive um certo incomodo: o crescente número de vendedores ambulantes nos ônibus e terminais da capital, que a todo o instante entram oferecendo suas mercadorias. Acredito que temos o direito de fazer uma viajem tranquila, sem incômodos. É certo que temos este direito, mas venho me sensibilizando com a realidade de tantos homens e mulheres desempregados, pessoas honestas que tem uma família para alimentar, e por isso, não cruzam os braços, mas, dia a dia saem para garantir o seu sustento. É certo que nem sempre podemos ajudar a estas pessoas comprando suas mercadorias, até mesmo porque a situação econômica do país não é das melhores, e prejudica diretamente e especialmente a classe média e baixa, no entanto podemos garantir a elas o nosso respeito e compreensão. 

    Muitas vezes desprezamos alguém por consideramos que somos melhores que os outros, mas a dignidade das pessoas não se mede pelo o que ela faz. A dignidade é um direito que todos temos. Se alguém não está vivendo livremente com dignidade, é porque este está sendo usurpado por alguém / sistema, governo, etc. 

    A empatia é uma virtude que nos permite sentir no lugar do outro, sentir com ele. Esta virtude é experimentada por poucos. O que vemos no cotidiano é um número absurdo de violência, de intolerância e falta de respeito. Ninguém escolhe trabalhar vendendo água, bala, doces pelas ruas e coletivos, mas foi a oportunidade que encontram para honrar sua vida e seguir lutando para um futuro melhor. Não desprezemos a estas pessoas. Ofereçamos a elas o nosso melhor sorriso e gentileza, encorajando-as em suas lutas, pois hoje são elas, mas amanhã pode ser um de nós.


domingo, 21 de janeiro de 2018

3º Domingo do Tempo Comum


No final de semana passado, a liturgia fazia o convite para uma verdadeira experiência de Deus. Hoje as leituras nos convidam a uma mudança de mentalidade e de atitudes, para dar um passo a mais no seguimento de Jesus e em nossa fé.


Na 1º leitura: Jonas 3, 1-5,10.


Temos a conhecida narrativa do anuncio de Jonas aos Ninivitas (povo estrangeiro) que não conhecia o Deus Iahweh, mas que diante do anuncio foi capaz de se abrir e acolher a Palavra que lhes foi dirigida, ao ponto de se converterem. Este livro de Jonas possivelmente foi escrito na época de Esdras e Neemias, onde o judaísmo se fechava em si mesmo e excluía os outros povos. O livro de Jonas mostra que Deus é para todos e não propriedade de um povo. 

O salmo 24 (25): Mostrai-me ó Senhor, vossos caminhos, vossa verdade me oriente e me conduza!

Este salmo se caracteriza por ser um salmo de petição, onde o salmista pede a Deus que lhe oriente, lhe defenda e proteja.

A 2º leitura: 1 Cor 7, 29-31.

Temos uma curta narração, que ao meu entender se refere ao não apego das coisas, pessoas e etc., pois elas passam. Mas justamente por elas passarem creio que temos que viver com sentido, plenamente cada experiência, mas sem apego, pois tudo acrescenta em nossa vida e crescimento.

Evangelho: Mc 1, 14-20. 


Jesus inicia seu ministério na Galileia, uma região marginalizada, longe do Templo e de todo o poder. João Batista havia sido preso, mas as causas não são reveladas neste momento. O tempo ao qual Jesus se refere, é o tempo do reinado de Deus, conteúdo central do anuncio de Jesus. Mas para aderir ao seu projeto, é necessário uma nova mentalidade, fé e desacomodação de vida. Jesus convida a todos aqueles que creem em seu anuncio para segui-lo e levar adiante o seu projeto. Os primeiros discípulos são: Simão Pedro, André, Tiago e João, que se lançam a ser pescadores de homens, que anunciam o Reino de Deus e denunciam as várias injustiças que oprimem o povo.


Este chamado de Jesus é sempre atual, pois onde existe vida, existe também a presença de Deus e o seu desejo de vida para todos, sempre presente e atuante.

Feliz domingo!

sábado, 20 de janeiro de 2018

"O essencial é invisível aos olhos!"



As vezes me afano, preocupo, mas sem perceber, tenho vivido um tempo lindo da minha vida. Um tempo de renovação, de lutar pelo o que realmente quero. Um tempo em que posso sair no final da tarde para contemplar o mar em seu infinito mistério, que se perde no azul do céu. Um tempo em que na companhia do meu chimarrão, ouso traçar umas letras ou mergulhar em meus pensamentos, que diante de tal cenário voa para o Criador. Quão infinito é o mar e mais ainda Ele em suas criações. Me alegro neste mergulho e vejo quão importante é o ato do simples viver, não de viver como a vida me levar, mas viver com sentido, transcendência e consciência, porque somos parte de universo. Gosto do pensamento dos teólogos dedicados ao estudo da pneumatologia, que dizem que em tudo existe a presença da Divina Ruah, o sopro de Deus agindo desde dentro das criaturas. Sou parte desta criação, carrego a presença de Deus. Ao contemplar o mar, a natureza elas me completam, porque também estão cheias do Espirito de Deus. Se vivêssemos sempre com esta consciência, seriamos menos egoístas. Francisco de Assis teve um olhar mais do que elevado, ao ponto de reconhecer e chamar de irmão, irmã aos animais, as plantas... porque reconheceu neles a presença de Deus. Dai-nos Senhor, olhos de Francisco! Falando em olhos, creio que eles são a verdadeira câmera que registram o que nenhuma câmera pode captar. Os olhos são a porta da alma que podem captar o mais belo da vida. Nossos sentidos de modo geral, são portas para a alma que acessam o mais íntimo de nós. Creio que somos seres em continua evolução, porque o que vemos, ouvimos, sentimos tem poder sobre nós e podem nos afastar ou aproximar de nossa essência. Por isso, este ano quero olhar o mundo com calma, sem medo, com alegria, coragem, com espirito de ousadia e valentia para superar a mim mesma e viver com sentido. Deus me ajude que no caminho não perca o foco! Enquanto isso, sigo devagar porque já tive presa e descobri que não era o caminho!

July Lima

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Confusões em torno a São Luís Maria de Montfort

   

Escrevo este artigo não pela simpatia que tenha pelo santo, mas pelas inúmeras confusões, limitações no conhecimento de suas obras e pela má interpretação que fazem de seus escritos. São Luís Grignion de Montfort, nasceu em 31 de janeiro de 1673, próximo a cidade de Montfort na região da Bretanha – França. Faleceu precocemente em 28 de abril de 1716.

   Montfort foi um sacerdote diocesano que se destacou pela sua ação missionária e pela atenção predileta aos mais pobres. No entanto, atualmente muitos que querem resgatar a sua doutrina, se esquecem de tudo isso e se fecham na “idolatria” mariana, se distanciando de tudo aquilo que propôs Montfort. No livro: o amor da Sabedoria Eterna, (de 1712 ou 14) ele deixa bem claro a sua doutrina, centrada no amor a Santíssima Trindade. Esta obra antecede o que chamamos do tratado da verdadeira devoção a Maria, que surgiu muitos anos depois da sua morte. 

   No amor da Eterna Sabedoria (Deus), a partir do capítulo XV, Montfort apresenta quatro meios para alcançar a Divina Sabedoria. O primeiro meio é o ardente desejo vivo da Sabedoria. O segundo meio é o da oração continua. O terceiro é o da mortificação universal. Montfort entende mortificação como o controle e o não ceder aos desejos da carne livremente. O quarto meio é o da devoção a Maria, pois foi por ela que a Sabedoria Encarnada: Jesus, habitou entre nós. Este quarto meio foi o mais compreensível para o público de Montfort, lembrando que ele predicava para as pessoas mais pobres e humildes do povo. Visto que este foi o que mais chegou ao entendimento do povo, ele o desenvolveu por meio de suas homilias e ensinamentos. 

   Em alguns momentos podemos perceber que os escritos de Montfort são contraditórios, pois hora ele fala de vários meios para se alcançar a Eterna Sabedoria e outra ele fala da devoção a Maria como único meio. Montfort, assim como a Igreja de sua época até o concilio Vaticano II, tinha uma visão inferiorizada do corpo, como algo desprezível e pecaminoso. Montfort deixará claro isso em seus escritos. Acreditava em Maria como uma mulher elevada, preparada para a encarnação, por isso ele recomenda guardar a devoção a Maria, leva-la no coração, pois assim, ela nos atrairá Jesus, porque por nós mesmos não podemos alcança-lo. Mas para compreender Montfort e seus escritos, é preciso ter em mente o contexto da época e a evolução de seu pensamento. Montfort via com os olhos de sua época: com limitação, erros e acertos. O grande problema é retomar os seus escritos, sem um maior conhecimento para reforça praticas caducas e pouco expressivas em nossa fé. Os exageros têm sido variados: o uso de correntes, de cadeados, terço no pescoço como simples alegoria, além de escravos e servos de Maria. Se tudo isso, levasse a um maior compromisso social, seria fiel a doutrina de Montfort, um homem se entregava e se doía pela dor e miséria do povo. Mas o que se passa em nossos dias é uma grande alienação do mundo e da verdadeira missão da Igreja que é ser Sal e Luz no mundo. 

   As pessoas erram, dizendo que se consagram a Maria, mas o que propôs Montfort no livro do Amor a Eterna Sabedoria, foi a consagração de si mesmo a Jesus Cristo Sabedoria Encarnada, pelas mãos de Maria. Porque acreditava que a Maria lhe compete gerar-nos em Jesus e Jesus em nós, até a plenitude total. A formula da consagração está composta por de cinco partes que se complementam e propõem um caminho evangélico. A primeira nos introduz na contemplação da Sabedoria Eterna e Encarnada. A segunda nos introduz no caminho de pobreza evangélica. A terceira medita o caminho de Maria como a peregrina na fé que acolheu em seu ventre a Sabedoria Encarnada. A quarta parte é uma renovação das promessas batismais, com um vivo desejo de se inspirar na vida de Maria. A quinta e última parte, nos apresenta o caminho da vida e o auxílio da Virgem Maria. 

   Montfort, era um homem muito sensato e centralizado no mistério da Trindade. Elevar Maria como uma deusa, não corresponde a crença de Montfort. Ele mesmo afirma: “Maria é senhora da Sabedoria, não porque esteja ela acima da Divina Sabedoria, Verdadeiro Deus, ou que seja igual, seria uma blasfêmia pensar ou afirmar isso” (livro o amor da Eterna Sabedoria, p. 183). Ele mesmo adverte sobre as falsas devoções a Maria: “é preciso ter cuidado com as falsas com as devoções a Santíssima Virgem Maria, pois o demônio serve-se delas para enganar e levar a condenação muitas almas. Limitar-me-ei a afirmar que a verdadeira devoção a Santíssima Virgem será sempre: interior, sem hipocrisia e sem superstição; terna, sem indiferença e sem escrúpulos; perseverante, sem mudanças e sem infidelidades e santa, sem presunção nem exageros” (livro o amor da Eterna Sabedoria, p. 190).
   Que Montfort nos ajude no caminho de fé e que nós cristãos o honremos, sendo fieis e atualizados nos ensinamentos que ele nos deixou: sem exageros e sem superstição, mas com uma fé livre, transparente e profunda.




quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O segredo está em nosso corpo

    Indico a vocês a leitura e prática do que nos traz o livro: Rezar com o corpo, o poder curativo dos gestos. Esta é uma obra de dois monges alemães: Anselm Grun e Michael Recepen. O primeiro é bastante conhecido por suas inúmeras obras no campo da psicologia e da religião. 

    A experiência de ambos nos mostra que não rezamos apenas com os lábios, mas que este é um ato que envolve todo o corpo. Quando este se torna um ato consciente, ele pode melhorar a capacidade orante, meditativa e contemplativa. Os autores revelam que cada gesto orante tem o seu próprio significado e podem revelar muito sobre nós: como nos sentimos, as preocupações, leveza e etc. Inclusive, “revela o grau de nossa fé, pois ela discorrer da mente para todo o corpo, sendo capaz de tomar conta da pessoa inteira, só então podemos dizer que também temos fé com o coração, o centro mais íntimo da nossa pessoa”. 
    O gesto de meditar, silenciar possibilita um profundo encontro conosco e até mesmo com Deus. Este gesto pode ser para a maioria, algo não muito fácil, pois vivemos em uma continua agitação que nos leva para longe de nós mesmos, mas nada que o tempo e a persistência para resolve-los, pois para tudo na vida precisamos de paciência, um pouco de disciplina e o desejo continuo. Do contrário fracassaremos e desistiremos diante dos primeiros obstáculos. 


Uma vez por semana postarei algum gesto orante e o seu significado. Caso alguém tenha preferência ou alguma sugestão é só me escrever: julianalima_canto@hotmail.com

O livro é da editora Vozes, de 2016.

Boa leitura!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Não perca o foco!


Na vida nós somos eternos peregrinos. Temos diante de nós o universo e todo um caminho para ser trilhado. Deus nos capacita para isso, dando inteligencia,, dons, talentos, uma história pessoal e muitas pessoas que são como faróis que apontam para um lugar. Mas cada um precisa descobrir e trilhar seu próprio caminho e não importa se erramos, se caímos e recomeçamos, o importante é sempre esta a caminho e não deixar que as vozes do medo e do pessimismo nos dominem.
Eles não são reais,mas se dermos espaço eles são capazes de fazer miséria em nós e sem perceber fecham as janelas dos nossos sonhos e a capacidade de crer e de lutar. Ao contrário do que pensamos, são os pensamentos que determinam nossos sentimentos. Revise teus pensamentos e veja a qualidade de tua vida. Lutar contra o medo e a insegurança não é fácil e tampouco tenho receitas, só sei que não podemos abriga-los e dar-lhe corda, pois esta mesma corda nos sufoca. Hoje sinto medo de não encontra um trabalho, se alimento este medo ele pode consumir minha energia e alegria. Não podemos nos deixar dominar, mas mostrar quem é o "adulto" da casa, pois na jornada da vida estamos apenas iniciando, e creio que Deus tem belos planos para cada um de nós. Que ele nos conceda ao seu tempo, paciência, sabedoria, perseverança e ousadia para construir a cada dia nossa vida e nossos sonhos, sem jamais perder a alegria, a meta e o desejo de bem viver.

Seja feliz e ousado, mas com humildade e amor!

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O que você quer ser: Águia ou Galinha?

O livro A Águia e a Galinha: uma metáfora da condição humana, nasceu a partir de um conto africano, de uma Águia que quase virou Galinha. A reflexão e adaptação de Leonardo Boff, nos ajudam a repensar a condição humana e mostram que tanto a águia como a galinha, habitam em cada um de nós. A galinha expressa a situação humana no seu cotidiano, cultura e etc, enquanto que a águia se caracteriza pelo lado transcendente, criativo... Boff também oferece pistas para que despertemos a águia, porque "uma águia jamais será uma galinha, por mais extraordinária que seja, pois há nela um fogo interior que é o seu ser de águia e o desejo as alturas."



Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas.

Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
– Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia
– De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
– Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
– Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
– Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, 
pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à graça:
– Eu lhe havia dito, ela virou galinha!
– Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas.

O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento…”

Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas há pessoas que nos fazem pensar como galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, abramos as asas e voemos. Voemos como águias. Cada pessoa tem dentro de si uma águia. Ela quer nascer. Sente o chamado das alturas. Busca o sol. Por isso somos constantemente desafiados a libertar a águia que nos habita. Sejamos águias em nossas vidas e não galinhas!






Por isso, indico a leitura do livro a Águia e a Galinha, da editora vozes. É uma leitura fácil e bastante agradável.
Boa leitura!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Ano do Laicato? Em que consiste?


    A Igreja no Brasil vai dedicar o ano de 2018 para refletir o protagonismo dos leigos na Igreja. A abertura foi no dia 26 de novembro de 2017, na Solenidade de Cristo Rei, e será encerrado dia 25 de novembro de 2018. O ano nasceu pela celebração dos 30 anos do Sínodo Ordinário sobre os leigos de 1987 e da Exortação Apostólica Christifideles Laici, de São João Paulo II, sobre a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (1988).

    O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” com o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. A comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, pretende despertar nos leigos o seu papel no mundo e na Igreja e que eles possam aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade.

    Como membro ativo de uma comunidade local e como religiosa, pude perceber que um dos grandes desafios para que o leigo exerça o seu papel na Igreja com protagonismo e liberdade, é a atitude egoísta de muitos sacerdotes que centralizam tudo em sus mãos, com uma atitude autoritária e controladora. A grande maioria além de não investir na formação dos leigos, impedem que estes sejam protagonistas e inovadores. Por que de tais atitudes? Por que tantos sacerdotes chegam em uma comunidade e destroem sem nenhuma consideração o trabalho dos leigos? Ao celebrar este ano do laicato, que a Igreja com seus pastores, possam rever tais atitudes e se coloquem a serviço do povo de Deus, razão pela qual eles existem. Se um sacerdote não está à disposição do povo, seja para celebrar os sacramentos, seja para acolhe-los, escutar e orientar, ele está equivocado na sua vocação. O sacerdote não é melhor que nenhum leigo, ele apenas tem uma maior responsabilidade na missão da Igreja. São pessoas normais como cada um de nós, que precisa ser acolhido, respeitado, amado e não bajulado. A sacristia é o berço do serviço e de uma acolhida mais intima e não lugar de fofoca e de privilegiados. 

Uma Igreja não existe sem os leigos. O sacerdote não tem razão de ser, se não existem os leigos. Somos um corpo, o corpo de Cristo, nosso verdadeiro Senhor e mestre.



Palavras de Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro:

Os cristãos leigos estão na linha mais avançada da vida da Igreja; e devem ter uma consciência clara, não somente de pertencerem à Igreja, mas de “serem e sentirem com a Igreja”, isto é, a comunidade dos fiéis na terra em unidade com o Santo Padre, o Papa, e em comunhão com seus Bispos. Juntos, como a Igreja...

PROGRAMAÇÃO:

A Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato organizou as atividades em quatro eixos: 1) Eventos; 2) Comunicação, catequese e celebração; 3) Seminários temáticos nos Regionais; e 4) Publicações. O Ano do leigo, pretende ainda: “Dinamizar o estudo e a prática do documento 105: ‘Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade’ e demais documentos do Magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato; e estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas, ‘verdadeiros sujeitos eclesiais’ (DAp, n. 497a), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na Sociedade.

Fonte: CNBB

domingo, 14 de janeiro de 2018

2º Domingo do Tempo Comum

Hoje as leituras nos convidam para um maior conhecimento de Deus através de uma experiência pessoal que cada um é chamado a fazer.



Na 1º leitura: 1 Sm 3, 3-10,19. 

Temos a conhecida narrativa do que chamamos vocação de Samuel. Samuel era um jovem que vivia para o serviço do Templo, conhecia a Deus somente de nome, pela tradição e história de seu povo, até o momento que ele mesmo fez uma experiência pessoal de Deus, que marcou toda a sua vida.

No Salmo 39: “Eis que venho Senhor! Com prazer faço a vossa vontade”. 
Aqui temos a resposta de todo aquele que faz uma maior experiência de Deus e que vive o tempo da espera, da experiência e do anúncio.

2º leitura: 1 Cor 6, 13c-15a. 17-20. 
À primeira vista esta leitura parece estar desconectada da temática do dia, mas pelo contrário, ela vai mostrar que o corpo e a alma formam uma unidade. O que vivemos no corpo é expressão do que alimentamos na mente! São Paulo nos fala do corpo como algo bem mais profundo do que imaginamos. Ele se refere ao corpo como “morada” da Ruah de Iahweh, do Espirito de Deus. Quanto mais consciência tivermos disso, mais evoluídos seremos, porque o plano de Deus ultrapassa as limitações visíveis, pois somos criados para algo muito maior, porém no entanto, muita gente se alimenta dessas limitações terrenas e temporárias e, são incapazes de transcender essas realidades.

No evangelho de Jo 1, 35-42. 
Temos o relato de duas grandes cenas. Na primeira se encontra João, o Batista com seus seguidores, ao ver Jesus ele o aponta como sendo o messias, “o Cordeiro” de Deus, que se sacrificaria pelo seu povo. Nesta mesma cena, temos o convite que Jesus faz a alguns que desejavam segui-lo para que fizesse uma experiência pessoal de quem Ele era.


Na vida e no plano transcendental, não basta ficar apenas com o que os outros falam, mas é preciso se dispor a fazer uma experiência intima e única. A vida daqueles homens e mulheres, jamais foi a mesma, porque tais experiências nos lançam a um plano superior e a uma vida mais solidária, o que nos leva a segunda cena (Pedro e André), porque o que recebemos não é simplesmente para nós, mas sim um convite a ajudar a outros para que também possam fazer uma experiência pessoal de Deus, que se manifesta de diferentes formas, em diferentes tempos e culturas. Por isso, não podemos impor nada a ninguém, mas apontar, orientar e acompanhar com respeito e liberdade.

                                                           Feliz domingo!

sábado, 13 de janeiro de 2018

Discussão teológica e antropológica com Prof. Cortella sobre a pessoa de Jesus

Uma discussão muito quente para os iniciados na Teologia com o professor Mario Sergio Cortella

Refletir ou escutar outras opiniões sobre Jesus, em nada interfere no amor e no que Ele significa para mim. Super recomendo este vídeo, mas para quem já tenha uma iniciação teológica.


sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Cantando sempre


Gentileza não sai de moda

 

Muitos de nós já ouviu dizer que estamos em uma mudança de época. Não só vivemos em uma época de mudanças! Alguns desvalorizam os valores ensinados pelos mais velhos. Outros não abrem mão da tradição e por isso não se abrem para as novidades de nossos tempos. 
    A cantora argentina Mercedes Sosa diz que tudo “cambia”: muda, mas será realmente assim? O que você acha? 



     Creio que as coisas mudam e ganham novos rostos e maneiras de serem expressadas, mas não creio que o essencial mude. Um exemplo: outro dia quando ia no ônibus para a casa da minha avó, um fato me chamou muito a atenção. Estando o ônibus lotado, bem típico das nossas capitais, uma jovem fez algo que eu nunca ousaria. Ela sensível a uma senhora com uma criança no colo e vendo que os lugares preferenciais estavam ocupados, teve a gentileza de pedir a uma das duas mulheres que se sentavam nestes lugares que cedesse o lugar a mãe com a criança. Ninguém ousou pronunciar uma palavra, mas certamente aquele gesto calou em muita gente. Mais tarde tive a oportunidade de parabenizar a jovem pela atitude. Me senti desafiada e creio que gestos assim são preciosos e revelam a nobreza de um coração.

Ajudando alguém a levantar

Protegendo da chuva

Atenção e carinho com quem sofre

                                 Dando atenção aos moradores de rua


Partilhando o que se tem

A gentileza de dar um bom dia. 
Gentileza de perguntar como o outro está...

Convido você a partilhar algum exemplo e mostrar que o bem começa com cada um.

1º Domingo da quaresma 2020